coisas que antes me faziam chorar hoje me fazem rir, e coisas que me fazem bem às vezes me fazem sofrer um pouco.
quanto paradoxo, quantas dúvidas.
a chuva engrossa, eu acordo, mas a inspiração ainda não veio.
meus pensamentos estão nas minhas adoráveis e merecidas férias, e nos olhos claros dele.
espio por um minuto a televisão, que mostra uma matéria bizarra sobre coisas um tanto insignificantes. imploro pela inspiração, preciso escrever, preciso colocar pra fora o que sinto, transformar tudo em palavras que talvez agradem, ou não.
deito no chão do quarto, sentindo os pingos de chuva no rosto. o sorriso volta, e o pesamento vai até a infância, onde tudo era mais fácil. lembro do cheiro de bolo que vinha da cozinha quando minha mãe ainda estava aqui. lembro das cicatrizes no joelho e na cabeça pelo espírito moleque que tinha. a chuva leva meus pensamentos a lugares sem nexo, fantasias esquecidas...
mas não acho a inspiração pra poder dizer o que quero.
vejo as marcas na parede vermelha. sorrio, só eu mesmo pra implorar para minha mãe deixar eu pintar as minhas paredes de vermelho e preto. desde sempre tão teimosa...
dou uma olhada no meu download, ainda lento... e ele também não contribui para eu ter um insight e começar a escrever.
ainda deitada coloco minha mais nova descoberta pra tocar.
ouvindo "the drums" talvez eu comece a escrever alguma coisa que interesse à alguém.
fecho os olhos de novo, cantando o refrão... "don't be a jerk, johnny. don't be so cruel to me..."
a chuva molha meu cabelo e se espalha pelo chão, mas eu não ligo... o frescor leva meus pensamentos ruins e tras somente aqueles que eu quero ter. de repente adormeço e o som continua ligado. o computador descarrega e a tão esperada inspiração não veio.
eu não escrevi nada. mas disse tudo.
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